Iniciativas
Biocivilisation Biocivilização para a Sustentabilidade da Vida e do Planeta

Também disponível em English, Français, Español

Ateliê Internacional em vistas da Conferência Rio+20

Rio de Janeiro, 9 a 12 de agosto de 2011

 

Justificativa

Como parte do mês de atividades públicas para celebrar os seus 30 anos, o Ibase realizará um ateliê com convidados nacionais e internacionais, de 9 a 12 de agosto. O dia 9 de agosto, desde 1997, com o falecimento do Betinho, um dos fundadores, ficou instituído como o Dia do Ibase. Neste ano, para marcar a data, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, ao lado de Maria Nakano, esposa do Betinho, dará início às festividades na noite do dia 9 de agosto com uma conferência e a abertura da exposição. O ateliê seguirá nos dias 10, 11 e 12. Trata-se de ocasião oportuna para o Ibase exercer o seu papel de nodo catalizador de extensa rede de relações de parceria no Brasil e no mundo e facilitar a elaboração das novas questões na agenda da cidadania, agora em dimensões planetárias.

O ateliê proposto deve ser visto num quadro mais amplo de iniciativas diversas, no Brasil e em outros países, que discutem a questão mais geral da crise de paradigmas civilizatórios e a busca de alternativas. Ele incorpora preocupações e ideias que já vem sendo tratadas em diversos encontros, seminários, mobilizações, por diferentes organizações e movimentos da sociedade civil. O próprio Ibase, como membro do coletivo GRAP – Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo do FSM, participou ativamente de iniciativas neste sentido dentro do Fórum Social Mundial, no evento de 2010, na Grande Porto Alegre, e no FSM Dacar 2011. Também, como animador do GPN – Grupo Pedras Negras, o Ibase aprofundou aspectos deste debate com organizações de cidadania ativa brasileiras.

Portanto, o sentido do Ateliê Internacional “BIOCIVILIZAÇÃO: Para a Sustentabilidade da Vida e do Planeta” não é a sua novidade, mas a possibilidade que ele significa de contribuir para sistematizar de forma integradora tais preocupações e ideias num plano de trabalho daqui para diante, tanto do Ibase como do(a)s parceiro(a)s participantes do ateliê. Trata-se um exercício de pensar estrategicamente, definindo as questões que necessitam ser trabalhadas e como trabalhá-las, as propostas claras para curto, médio e longo prazo que precisam ser definidas, visando a grande transição que a humanidade tem que fazer, bem como a estratégia de incidência de organizações e movimentos da sociedade civil nos debates públicos e nos espaços de concertação e decisão que estão na agenda imediata.

A Conferência da Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, de 4 a 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro, é o desafio maior no horizonte. Por isto, o ateliê aqui proposto está sendo construído visando a Rio + 20. No caminho até junho de 2012, porém, outros grandes eventos diretamente relacionados acontecerão e precisam ser considerados pelo ateliê: COP 17, em Durban, em novembro de 2011; Fórum Social Temático Justiça Ambiental e Social, em Porto Alegre, em fins de janeiro e início de fevereiro de 2012; Fórum Mundial das Águas, em Marselha, França, em março de 2012. Uma estratégia coordenada para incidir e acumular em tais eventos precisa ser trabalhada. Esta é uma razão a mais do Ateliê Internacional aqui proposto.

O Ateliê Internacional, integrado às comemorações do Mês Ibase 30 Anos, conta com ativa parceria política, desde a sua concepção, do Fórum por uma Nova Governança Mundial – FNGM (www.world-governance.org), do Observatório Eurolatinoamericano sobre o Desenvolvimento Democrático e Social – EURALAT (www.euralat.org) e do Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo Fórum Social Mundial – GRAP (http://www.grap.org.br/).

 

Objetivos

1) Realizar um ateliê com convidados nacionais e internacionais das redes de parceria do Ibase para refletir estrategicamente sobre os desafios éticos, científicos e políticos para organizações da sociedade civil, parlamentos e governos, empresas, povos inteiros visando a sustentabilidade da vida e do planeta.

2) Sistematizar os temas e as questões sobre sustentabilidade que demandam análise, debate e propostas e definir plano de trabalho tendo em vista o processo preparatório e a incidência na própria Conferência Rio + 20.

 

Temática

Como o próprio nome do ateliê anuncia, partindo do reconhecimento de um choque de paradigmas que se desenha diante da grande crise do modelo industrial, produtivistae consumista, intenso em uso de matéria e carbono, destruidor da integridade do planeta e, por isto mesmo, das condições de vida presente e futura – tendo o clima como sintoma mais imediato e mensurável –, profundamente injusto em termos sociais pela concentração da riqueza que gera, trata-se de pensar as bases de civilização que tenham a sustentabilidade da vida e do planeta como condição primeira. Mas pensar estrategicamente. Ou seja, pensar a grande transição que a humanidade precisa fazer, tirando partido de sua grande diversidade cultural e em relação com saberes, tradições e possibilidades expressas na diversidade de formas, como povos, de extrair vitalidade dos territórios que ocupam e usam. Neste processo de revisitar os fundamentos, tudo em aproveitando as conquistas que a humanidade fez, está a equação e o segredo de pensar o futuro. A sobrevalorização de um dos termos deste equação é o desastre anunciado.

Como o ateliê é para definir planos de trabalho sobre o que e como aprofundar e influir, mais do que a busca de resultados imediatos, a proposta temática vai no sentido de estimular a busca e concensuar o que é mais estratégico e necessita de mais trabalho coletivo. Como eixo estruturante da busca são propostas as seguintes questões :

 

Para construir a biocivilização, buscando a sustentabilidade da vida e do planeta :

  • I – Com que fundamentos filosóficos, éticos e políticos?
  • II – Com que economia?
  • III – Com que arquitetura do poder, do local ao mundial?

 

No processo de preparação do ateliê, estas questões serão detalhadas pelos próprios participantes convidados, como é proposto na metodologia. O que se pretende, no final, é chegar a uma agenda e, em particular, subsídios concretos para o Ibase como ativo membro da executiva da articulação brasileira para a Rio + 20, do GRAP e na preparação do FSTemático Justiça Ambiental e Social, em Porto Alegre, no começo de 2012.

 

Metodologia

Desde já, o Ibase está consultando parceiro(a)s sobre a sua vontade e a disponibilidade em participar do ateliê. A cada convidado serão solicitadas contribuições escritas sobre a temática acima proposta, na forma de notas conceituais. Todas as contribuições serão disponibilizadas para o conhecimento de todo(a)s, de quem se esperam reações e novas contribuições. Neste sentido, tratase de criar o clima de ateliê já no processo de preparação.

O evento em si não contará com exposições de participantes. A ideia é alternar sessões de debate em grupo com sessões de debate coletivo. Facilitadores procurarão mapear as questões na medida em que elas são identificadas. Cabe ao coletivo decidir a releví¢ncia das questões, a inter relação entre questões e a sua prioridade para um plano de trabalho, bem como a possível contribuição de cada um e uma no seu desenvolvimento em vista da incidência, em especial da Rio + 20.

Para cada uma das grandes questões temáticas propostas acima será destinado um dia inteiro do ateliê. Todas as contribuições enviadas previamente serão disponibilizadas como subsídios para os debates em grupo e nas plenárias coletivas. Ao final dos três dias, a expectativa é conseguir uma identificação e uma legitimação coletiva das questões a trabalhar, com participantes assumindo a responsabilidade de avançar e contribuir para os eventos no processo até a Rio + 20.

Toda a metodologia depende de uma comunicação interativa, que deve começar com o próprio lançamento da ideia e deve se prolongar até depois do ateliê realizado. A animação desta comunicação pela internet é a condição. Cabe ao Ibase providenciar esta facilidade.

 

Regiões
Detalhes da iniciativa