- InformaçãoRio+20 oferece a oportunidade produzir novas propostas para conceber e organizar a transição até sociedades sustentáveis. Esta rubrica tentará agrupá-las sistematicamente a medida dos avanços do processo.
Eventos outubro 2024 Mon Tue Wed Thu Fri Sat Sun 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Todos os evento - Eixos
13 Janeiro 2012
Carta do povo Americano para uma nova economia
Detalhes da proposta
ContextoTambém disponível em English, Français, Español
Um dia depois de que o movimento Occupy Wall Street tenha planeado sua “Declaração de ocupação da cidade de Nova Iorque” o 29 setembro 2011, o grupo armou um documento compartilhado convidando todos os participantes para escrever seus pensamentos sobre as reclamações vinculadas ao campo da economia e sugerir ações capazes de resolvê-las, como por exemplo mudanças no marco legal, novos modelos de comércio, ações individuais…etc. Este documento desembocou sobre uma Carta do povo Americano para uma nova economia.
A Carta do povo Americano para uma nova economia (só disponível agora em inglês, veja o link mais abaixo) constitui uma tentativa para relacionar um grande número de cidadãos americanos sob o questionamento e o redesenho do seu futuro econômico e coletivo, articulando uma resposta econômica com o movimento Occupy Wall Street , ampliando a formação cidadã e um processos da educação popular sobre os temas econômicos.
DECLARAÇÃO DA OCUPAÇÃO DA CIDADE DE NOVA IORQUE
Tradução de Idelber Avelar, editada e Revisada por Beatriz Schiller e Ryan Green.
Ao nos reunirmos em solidariedade para expressar um sentimento de injustiça generalizada, não devemos perder de vista aquilo que nos reuniu. Escrevemos para que todas as pessoas que se sentem prejudicadas pelas forças corporativas do mundo saibam que somos suas aliadas.
Unidos como povo, reconhecemos a realidade: que o futuro da raça humana exige a cooperação de seus membros; que nosso sistema deve proteger nossos direitos e que, após a corrupção desse sistema, resta aos indivíduos a proteção de seus próprios direitos e daqueles de seus vizinhos; que um governo democrático deriva seu justo poder do povo, mas as corporações não pedem permissão para extrair riqueza do povo e da Terra; e que nenhuma democracia real é possível quando o processo é determinado pelo poder econômico.
Nós nos aproximamos de vocês num momento em que as corporações, que colocam o lucro antes das pessoas, o interesse próprio antes da justiça, e a opressão antes da igualdade, controlam nosso governo. Nós nos reunimos aqui, pacificamente, em assembleia, como é de direito nosso, para tornar esses fatos públicos.
Elas (corporações) tomaram nossas casas através de um processo de liquidação ilegal, apesar de que não eram donos da hipoteca original.
Elas receberam impunemente socorro financeiro tirado dos contribuintes, e continuam dando bônus exorbitantes a seus executivos.
Elas perpetuaram a desigualdade e a discriminação no local de trabalho, baseados em idade, cor da pele, sexo, identidade de gênero e orientação sexual.
Elas envenenaram a oferta de comida pela negligência e destruíram a agricultura familiar através do monopólio.
Elas lucraram com a tortura, o confinamento e o tratamento cruel de incontáveis animais não-humanos, e deliberadamente escondem essas práticas.
Elas continuamente arrancaram dos empregados o direito de negociar melhores salários e condições de trabalho mais seguras.
Elas mantiveram os estudantes reféns com dezenas de milhares de dólares em dívidas pela educação, que é, em si mesma, um direito humano.
Elas consistentemente terceirizaram o trabalho e usaram essa terceirização como alavanca para cortar salários e assistência médica dos trabalhadores.
Elas influenciaram os tribunais para que tivessem os mesmos direitos que os seres humanos, sem qualquer das culpabilidades ou responsabilidades.
Elas gastaram milhões de dólares com equipes de advogados para encontrar formas de escapar de seus contratos de seguros de saúde.
Elas venderam nossa privacidade como se fosse mercadoria.
Elas usaram o exército e a polícia para impedir a liberdade de imprensa.
Elas deliberadamente se recusaram a recolher produtos danificados que ameaçavam as vidas das pessoas, tudo em nome do lucro.
Elas determinaram a política econômica, apesar dos fracassos catastróficos que essas políticas produziram e continuam a produzir.
Elas doaram enormes quantidades de dinheiro a políticos cuja obrigação era regulá-las.
Elas continuam a bloquear formas alternativas de energia para nos manter dependentes do petróleo.
Elas continuam a bloquear formas genéricas de remédios que poderiam salvar vidas das pessoas para proteger investimentos que já deram lucros substanciais.
Elas deliberadamente esconderam vazamentos de petróleo, acidentes, arquivos falsificados e ingredientes inativos, tudo na busca do lucro.
Elas deliberadamente mantiveram as pessoas mal informadas e medrosas através de seu controle da mídia.
Elas aceitaram contratos privados para assassinar prisioneiros mesmo quando confrontadas com dúvidas sérias acerca de sua culpa.
Elas perpetuaram o colonialismo dentro e fora do país.
Elas participaram da tortura e do assassinato de civis inocentes em outros países.
Elas continuam a criar armas de destruição em massa para receber contratos do governo.
Para os povos do mundo,
Nós, a Assembleia Geral de Nova Iorque que ocupa Wall Street na Liberty Square (Praça da Liberdade), incentivamos todos a fazer valer o seu poder.
Exerçam o seu direito de se reunirem pacificamente; ocupem os espaços públicos; criem um processo para lidar com os problemas que enfrentamos; e gerem soluções acessíveis a todos. A todas as comunidades que formem grupos e ajam no espírito da democracia direta, nós oferecemos apoio, documentação e todos os recursos que temos.
Juntem-se a nós e façam com que suas vozes sejam ouvidas!
Actores Movimentos sociais
Eixos
Fundamentos éticos e filosóficos: subjetividade, dominação e emancipação ◾ Produção, distribuição e consumo: acesso à riqueza, bens comuns e economia da transição ◾ Sujeitos políticos, arquitetura do poder e democracia
Regiões
América do Norte