- InformaçãoRio+20 oferece a oportunidade produzir novas propostas para conceber e organizar a transição até sociedades sustentáveis. Esta rubrica tentará agrupá-las sistematicamente a medida dos avanços do processo.
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18 Maio 2012
Aprendizagem ao longo de toda a vida para a sustentabilidade em um mundo de clima mutável
Detalhes da proposta
ContextoTambém disponível em English, Français, Español
Este informe trata sobre a educação em um mundo de clima mutável. No entanto, apesar de que uma nova aprendizagem para um mundo melhor é o tema central, é importante esclarecer tanto o estado atual dos temas globais como as causas subjacentes que nos conduziram até aqui. Por isso, este documento considerará as contribuições dos membros do ICAE sobre a natureza da crise climática: pobreza, desigualdade e discriminação de gênero, e a oportunidade para que 2012 aborde uma mudança de sistema mais ampla em lugar de um debate limitado de respostas à mudança climática, ao papel do capital, dos mercados, da tecnologia e a perspectiva de uma economia verde. Por último, concluirá com seis sugestões sobre as futuras instruções do ICAE.
(*) Esta é a versão resumida de um documento mais extenso preparado pelo consultor Independiente Julian Waters-Lynch como resumo das posições chaves dos membros do ICAE baseado nas discussões do seminário virtual e nos resultados da Assembléia Mundial do ICAE. Este documento está destinado a ser una das contribuições do ICAE para as atividades que precedem a conferência das Nações Unidas de 2012, Rio +20.
As crises do clima e do ecossistema
A mudança climática induzida pelos seres humanos é perigosa e um fenômeno real que está acompanhado por una miríade de outros drásticos problemas ecológicos que ameaçam a saúde do ecossistema planetário. Inclui exemplos tais como a desertificação, o desmatamento, a perda de biodiversidade, a contaminação tóxica dos oceanos, a diminuição da vida marinha e uma crescente crise de água e alimentar. Tomados coletivamente, podem se caracterizar como um colapso potencialmente catastrófico dos ecossistemas que têm sustentado e preservado a vida de muitas espécies no planeta, inclusive a civilização humana.
Pobreza, desigualdade e desenvolvimento
Os impactos mais dramáticos da mudança climática afetarão provavelmente os grupos de pessoas mais pobres e vulneráveis. As últimas décadas têm visto um aumento da desigualdade na renda e do consumo entre (e dentro) dos países, o que se pode caracterizar como a disparidade entre o Norte e o Sul Global. O modelo de desenvolvimento técnico-econômico atual não é sustentável nem desejável para o futuro. Por isso, o ICAE continua exigindo a concretização de um novo paradigma de desenvolvimento que equilibre as dimensões econômica, ambiental, social e cultural da vida comunitária. É importante destacar que, além de aumentar as oportunidades de desenvolvimento e de apoio para o Sul Global, esse marco também vai requerer mudanças nos padrões de produção e consumo nos países do Norte.
Gênero e mudança climática
Os efeitos da mudança climática não são imparciais em matéria de gênero. No hemisfério Sul, desde as taxas de mortalidade relacionadas com catástrofes até a segurança alimentar, o abastecimento da água e o cuidado informal da saúde, as mulheres sofrerão os efeitos da mudança climática de forma desproporcional em relação aos homens. Vão dispor de menos tempo e energia para participar em atividades comunitárias, em desempenhar papéis de tomada de decisão, em geração de renda ou para dedicar-se à saúde e à educação de seus filhos. Existe uma grave preocupação de que a mudança climática agrave essas desvantagens e dificulte o movimento de mulher de chegar à liderança e a postos onde possa tomar decisões.
Entretanto, as mulheres não devem ser vistas como vítimas passivas, mas sim como líderes na orquestração do tipo de mudanças integrais necessárias para abordar as causas subjacentes da mudança climática e da destruição do meio ambiente. Em muitos casos, a participação das mulheres em papéis de liderança e de tomada de decisões se vê limitada por fatores sociais e culturais que não servem aos interesses da comunidade coletiva. As crises ecológicas são, portanto, uma oportunidade para a transformação na participação das mulheres e na inserção de perspectivas de integração de gênero no discurso público e na formulação de políticas.
Propostas e resumos
A oportunidade 2012: Mudança de sistema na mudança climática
A mudança climática nada mais é que um sintoma de múltiplas crises, inclusive as econômicas e políticas, que podem ser caracterizadas coletivamente como uma crise de civilização. Essas crises requerem o surgimento de uma nova arquitetura sistêmica em diversos campos da atividade humana, inclusive na governança, na economia, na organização social e nas visões do mundo cultural. As possibilidades de transformação da educação desempenharão um papel fundamental na evolução desses campos. O novo sistema deve colocar a sustentabilidade social e ambiental no centro das aspirações coletivas e demandará mudanças em nossa forma de pensar, em nossas condutas e arraigadas relações de gênero. Esse sistema emergente também demandará novas metodologias de comunicação, organização e governança.
Nova aprendizagem para um novo mundo
Como educadores, temos a responsabilidade de desenvolver uma pedagogia que nutra o novo sistema através das habilidades e dos valores que transmitir, uma educação que valorize o diálogo, a participação e a aprendizagem através da prática. No desenvolvimento dessa pedagogia podemos aproveitar muitas das ricas e diversas tradições de aprendizagem de todo o mundo. É provável que este tipo de pedagogia que apoiamos aconteça quando homens e mulheres compartilhem a esfera de produção e reprodução da vida; as comunidades comecem a desenvolver sistemas cooperativos; as famílias modifiquem seus hábitos alimentares; meninos e meninas aprendam a organizar suas vidas em uma perspectiva de um futuro sustentável; acadêmicos e povos tradicionais troquem conhecimentos e aprendizagens; indivíduos e comunidades pratiquem uma economia solidária, novos enfoques conceituais desmistifiquem sistemas globais e políticos conservadores; que sejam revisadas ciências e tecnologias modernas de acordo com sua sustentabilidade; que cidadãos locais que se considerarem parte da comunidade e da vida elaborem leis e tratem de utilizar recursos e soluções locais para problemas locais; que se multipliquem os acordos de paz como parte do viver bem; que a gestão territorial e ambiental seja participativa e transcenda os limites geopolíticos.
A aprendizagem é um processo de desenvolvimento que pode continuar durante o ciclo de vida e como consequência, a sustentabilidade não pode ser abordada como um tema à parte, mas deve ser incorporada às práticas de aprendizagem ao longo de toda a vida. Além de uma boa prática institucional, essa aprendizagem também deve acontecer fora do sistema escolar formal, em casa, no local de trabalho e em outros âmbitos comunitários.
Capital, mercados, tecnologia, desenvolvimento sustentável e a economia verde.
A Cúpula da Terra de 1992 no Rio de Janeiro introduziu a expressão “desenvolvimento sustentável” ao léxico estabelecido. No entanto, apesar de alguns notáveis exemplos de boas práticas, as últimas duas décadas têm visto uma piora global da situação ecológica. Por isso, o ICAE observa a nova expressão de Economia Verde com um otimismo prudente. Otimismo ante a perspectiva do reconhecimento de que o sistema econômico mundial necessita um enverdecimento em escala global, e que o bem-estar social e ecológico deve ser tecido dentro da estrutura da atividade econômica cotidiana. Precaução ante a perspectiva de que outra palavra de moda se filtre através dos canais de comercialização de negócios como de costume, e que os mecanismos "inovadores" de mercado e as soluciones tecnológicas continuem, em última instância, com as mesmas práticas insustentáveis e injustas.
Uma verdadeira economia verde demandaria o livre acesso às tecnologias intensivas do conhecimento orientadas à restauração dos sistemas naturais, transições nos estilos de vida do consumidor, investimento público maciço em tecnologias verdes; e abordar as contradições entre diversas políticas da Organização Mundial do Comércio e os acordos ambientais multilaterais. Também devemos reconhecer que a discussão de um novo paradigma civilizatório pode afrontar muitas pessoas, e que alguns dos interesses mais poderosos da industria no mundo trabalham ativamente contra a ação, apesar da esmagadora evidência dos perigos da mudança climática.
Actores Docentes e educadores
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