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10:00 am 24 Março 2012
—
1:00 pm 24 Março 2012
em
São Paolo, Brasil.
Descrição
Diante de uma conjuntura de visíveis mudanças climáticas, aumento da miséria, enriquecimento exagerado de poucos, desrespeito aos Direitos Humanos e tantos outros problemas em nossa “casa comum” – Ecossistema, no próximo dia 24 de março (sábado), o Serviço Franciscano de Solidariedade – Sefras, em parceria com o Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia – Sinfrajupe realizará, em São Paulo, o Seminário: “Justiça Ambiental: Contra a Mercantilização da Vida”. O objetivo é dar visibilidade às estratégias que o sistema capitalista vem utilizando para se apropriar, ainda mais, dos recursos do planeta e atribuir valor de mercado, sob o discurso de uma economia que “respeita” o meio ambiente e erradica a pobreza.
A intenção do evento é reunir movimentos sociais e ambientais, Ongs, religiosos, Universidades e cidadãos em geral, para discutir e debater sobre o conceito de Justiça Ambiental, numa ótica integrativa em que, problemas ambientais e sociais, se inter-relacionam e não podem ser discutidos separadamente. É a Justiça Ambiental que deve pautar a preservação dos bens comuns e das várias formas de vida, diante do cenário global de degradação.
De acordo com a cosmovisão franciscana, a compreensão do “ambiental e social”, sintetiza-se no termo “Justiça Ambiental”, porque para o franciscanismo a “diversidade dos ecossistemas e a diversidade cultural das populações humanas formam uma enorme sócio biodiversidade, que deve ser considerada e respeitada. Esta diversidade não deve ser conduzida pelas forças de mercado”, afirma Frei Rodrigo Peret, da Ordem dos Frades Menores e membro da Conselho Pastoral da Terra – CPT, de Minas Gerais, um dos palestrantes do Seminário (Tema: Crítica à Economia Verde a partir da ótica franciscana). Ele ainda acrescenta: “De uma perspectiva de justiça ambiental, os grupos sociais de baixa renda são aqueles mais expostos aos riscos e danos ambientais. As desigualdades econômicas, junto com a concentração de poder na apropriação dos recursos naturais, estão na base da injustiça”.
Os temas que serão expostos no Seminário têm o propósito de gerar o debate tanto para o setor social, quanto para os ambientalistas. É a provocação de que somos parte de um único ecossistema integrado, pessoa e natureza – o “meio ambiente”. Qualquer interferência em um, afeta o todo. Somos Planeta Terra, a Pachamama! E ela necessita urgentemente de uma Justiça Ambiental.
Constata-se que atualmente o sistema capitalista precisa dar respostas às consequências que ele gerou, como por exemplo, os problemas climáticos, a concentração de renda, a utilização exagerado de recursos naturais e o aumento da pobreza. A resposta atual é a chamada “Economia Verde” que será discutida na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, em junho deste ano. É diante desse cenário atual que o Seminário Justiça Ambiental, propõe a reflexão, a fim de suscitar, a defesa de uma emergente JUSTIÇA AMBIENTAL, em que se pense em mudanças no paradigma de civilização, a fim de preservar a vida e o respeito aos direitos humanos e da natureza como partes do ecossistema.
Para Moema Miranda do Instituto Brasileiro de Análise Sociais e Econômicas – Ibase, uma das palestrantes do Seminário (Tema: Análise e Critica ao Documento Zero da Rio+20), o sistema capitalista atual tem apresentado diversas crises e gerado várias consequências. Os defensores desse sistema caracterizam essa realidade de “crises múltiplas”. Porém, Moema afirma: “Não temos multiplicas crises. Temos uma crise. É uma crise de civilização, baseada no consumo ilimitado, na concentração de renda e na privatização.
O filósofo e teólogo Leonardo Boff já aponta em seus livros essa temática que a injustiça ambiental está ligada a injustiça social. Para Boff, a solução tem que partir de uma dimensão global e com mudanças de paradigmas e hábitos de consumo. “Precisamos da solidariedade universal, da responsabilidade coletiva e do cuidado por tudo o que vive e existe (não somos os únicos a viver neste planeta nem a usar a biosfera). É fundamental a consciência da interdependência entre todos e da unidade Terra e humanidade”.
Campanha Mundial: Não a “Economia Verde”
O termo Economia verde, originalmente, tem um significado positivo quando associado com a agricultura orgânica, energia renovável, tecnologias limpas, equidade social e distribuição de recursos. No entanto, a noção de “Economia verde” gerido pelos governos, está no caminho oposto. É basicamente o capitalismo renovado, em face de sua crise, aumentando bases operacionais de privatização da natureza e consequentemente aumento da pobreza. Este foi o debate que norteou um dos GTs Oficiais do Fórum Social Temático em Porto Alegre, em Janeiro deste ano. Como encaminhamento concreto desse GT, os participantes, de diversos países, em comum acordo, se reuniram no penúltimo dia do Fórum para organizar uma Campanha Mundial contra a “Economia Verde” da forma que está sendo posta. Por isso, no logo da Campanha se valoriza o uso das aspas, para diferenciar do conceito original. “É uma Campanha para frear esse novo paradigma mercantilizador da vida que vai se desenvolver nas próximas décadas”, explica Pablo Sólon, boliviano, um dos idealizadores da Campanha.
Não a “Economia Verde”, não é uma Campanha para criar uma nova mobilização, e sim, gerar um espaço para articular as iniciativas que já estão acontecendo em todo o mundo, contra esse extrativismo selvagem. Por exemplo, lugar no Brasil, contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte é uma ação “Contra a Economia Verde”, assim como, a luta contra a o Código Florestal entre outras.
No dia da organização da Campanha, em Porto Alegre, tirou-se uma agenda comum para a realização de atividades global para dar visibilidade à Campanha. Uma das datas foi à semana do Dia Internacional da Água, comemorada no dia 22 de março. O Sefras e o Sinfrajupe, representando o Brasil neste grupo, promovem a apresentação e o lançamento da Campanha com o Seminário sobre Justiça Ambiental, no dia 24 de março:
Programação do Seminário:
- 10h00 – Abertura
- 10h15 – Tema 1: Panorama dos Movimentos Sociais na atualidade
- 10h45h – Tema 2: Conhecendo os processos em torno da Rio+20 e da Cúpula dos Povos
- 11h15h – Tema 3: Análise e Crítica ao Documento Zero da Rio+20
- 11h45 – Intervalo – Lanche
- 12h00 – Tema 3: Crítica à “Economia Verde” a partir da ótica franciscana
- 12h30 – Tema 4: Apresentação da Campanha Mundial Não a “Economia Verde”
- 13h00 – Debate e considerações finais
Serviço:
Local: Salão do Centro Franciscano – Rua Riachuelo, 268 – Centro de São Paulo (Atrás do Largo São Francisco) – Metrô Sé
Hora: Das 10h às 13h
Obs: Os participantes são convidados a trazer o seu copo ou caneca pessoal para o uso durante o lanche, como gesto para diminuir o uso de materiais descartáveis.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação
Fabiano Viana
(11) 3291-4433/8336-8400
comunicacao(at)sefras.org.br
Regiões
América Latina
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Seminário: Justiça Ambiental: Contra a Mercantilização da Vida