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9:00 am 13 Abril 2012
—
7:00 pm 15 Abril 2012
em
Rio de Janeiro, Brasil.
Descrição
Às organizações, redes e movimentos das juventudes do mundo
Desde 1972, a cada 10 anos, a ONU organiza as conferências mundiais conhecidas como as Cúpulas da Terra, espaços de tomadas de decisão em nível global. Nesses processos, a cúpula mais importante até o momento foi a do Rio de Janeiro, em 1992, com a presença de mais de 100 chefes de estados e 1.500 ONGs, redes e movimentos sociais. Essa cúpula foi um momento de conjunção política muito forte, com contexto que favoreceu diretrizes fundamentais para a garantia de uma sociedade sustentável e justa, introduzindo a idéia dos direitos e responsabilidades aos países para políticas sociais e ambientais. E foi desde esse evento que o conceito de desenvolvimento sustentável ganhou grande destaque em todo o mundo e passou a fazer parte da agenda global.
A Rio+20 é um importante momento para refletir sobre os rumos dos povos e das nações em níveis globais. Sabemos que, desde a Eco 92, muitos problemas se agravaram. E, nesse caminho, o neoliberalismo – fase atual de manifestação do capitalismo – promove um modelo de desenvolvimento predatório que agride a vida do planeta como um todo. Sabemos também que esse modelo passa por uma grave crise e que as saídas para ela são mobilizadas pelas ‘grandes potencias mundiais aliadas às mega-corporações’, e que suas soluções continuam fomentando mais agressão aos povos – como o corte de direitos universais, a privatização e mercantilização da vida e tantas outras formas de injustiça. Visivelmente, a juventude é uma das partes mais afetadas por essas injustiças, visto que, em todo o planeta, mais de 50% dos desempregados são jovens e que por isso acabam sendo reféns dessa lógica perversa.
Podemos dizer também que a crise ambiental na qual o planeta se encontra e a qual vivenciamos local e globalmente todos os dias pode ser caracterizada fundamentalmente como uma crise geracional, já que meio ambiente é um bem comum e a exploração indevida da natureza por parte da humanidade afeta diretamente as condições das gerações seguintes e atuais de viverem com dignidade. Isso torna a questão socioambiental inerente ao campo de atuação das juventudes. É também a razão pela qual a geração de jovens contemporâneos está sendo desafiada a estabelecer-se culturalmente numa sociedade onde os direitos individuais e coletivos – incluindo os elementos fundamentais a vida como a terra, a água, a comunicação, o conhecimento, a educação e a cultura – estão sujeitos a liberdades privadas de megacorporações.
As juventudes compreendem este momento histórico, no qual se faz necessário fomentar modelos de sociedades sustentáveis e participativas que utilizem outros meios de luta como instrumentos vitais de resistência, busca pela justiça social e ambiental e pela soberania dos povos. Estamos em defesa de saídas antirracistas, antisexistas, anti-homofóbicas, com trabalho digno e educação pública, gratuita e de qualidade, e a favor de um novo modelo desenvolvimento para as futuras gerações.
Com o intuito de contribuir com a mobilização e qualificação do processo de participação política das juventudes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, que acontecerá de forma paralela à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), as juventudes do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20 propõem a construção de um processo aberto que permita o envolvimento de organizações, redes e movimentos das juventudes de todo o mundo. Esse processo deve incluir o planejamento de um território (acampamento) partilhado e colaborativo das juventudes. E como parte de um processo originado no Fórum Social Temático (Porto Alegre, Brasil 2012), várias atividades do GT de Juventudes do Fórum convergiram para o processo Olhares das Juventudes para a Rio+20, com a ampliação significativa das entidades e movimentos de juventudes e o encaminhamento de propostas para a Cúpula dos Povos.
É nesse sentido que o Enlace de Juventudes convoca as organizações, redes e movimentos juvenis brasileiros e do mundo para que compreendam e assumam sua importância nesse processo que deve ser estimulado e fortalecido. E, além de tudo, que esse coletivo possa destinar esforços às políticas públicas para criar e subsidiar ações juvenis populares rumo a um mundo mais humano, justo e solidário permanentemente.
Vinte anos após a Eco 92, estaremos de volta onde tudo começou para reafirmarmos todas as crenças e lutas que mantêm o espírito ativista, militante, vivo e pulsante, assim como a utopia sempre renovada de um “outro futuro possível”, e agora necessário. Temos em mãos, outra vez, a possibilidade de dizer que não é esta vida capitalista e sem valores que as juventudes das mais diversas culturas e localidades do planeta querem.
Esperamos que outros movimentos possam somar ao Encontro do Enlace das Juventudes da Cúpula dos Povos na Rio+20, de 13 a 15 de abril de 2012, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Os movimentos, redes e organizações interessados em participar devem entrar em contato por e-mail até 30 de março: juventudes(at)rio2012.org.br.
Confira, em breve, mais detalhes neste site.
Redes e organizações de juventude que compõem o Comitê Facilitador da Rio+20:
- Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (Rejuma);
- União Nacional dos Estudantes (UNE);
- Empowering Youth in a European Society (Eyes);
- Organização Continental Latinoamericana e Caribena de Estudiantes (Oclae);
- Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis (Fonajuves).