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Memoria do II Fórum mundial de mídias livres Memoria do II Fórum mundial de mídias livres

 

Estamos aqui depois de três anos do primeiro Fórum Mundial de Mídia Livre e quatro anos após o primeiro Fórum de Mídia Livre, que aconteceu aqui na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Naquele momento, começava a crise norte-americana e o Fórum foi um momento importante para as mídias livres, que foram um espaço das vozes de resistência. Também foi um período importante para o Brasil, pois estávamos vivendo o processo da I Conferência Nacional de Comunicação. Ao todo, realizamos três Fóruns de Mídia Livre nacionais, sendo que o último, realizado em janeiro de 2012 em Porto Alegre, foi bastante internacionalizado. E para este FMML, tivemos etapas preparatórias em outros países.

 

A comunicação está colocada como uma questão estratégica para o bem comum. Precisamos levar para as plenárias sobre os bens materiais e imateriais e também para as assembléias da Cúpula dos Povos as nossas denúncias; mostrar a relação da comunicação com as lutas sociais, a nossa contraposição às propostas dominantes, nossas soluções. Esse é o papel das mídias livres, pelo direito e pela democratização da comunicação. Comunicação, conhecimento e cultura são bens comuns, que precisam ser defendidos. Devemos levar essa agenda para a Cúpula dos Povos, de modo que isso conste dos documentos finais e da agenda de lutas que sera fechada na Assembleia dos Povos.

 

Entre os objetivos desse Fórum está a questão da comunicação como bem comum. É um tema que precisamos pautar não só na Cúpula dos Povos, mas no diálogo com os governos, pois são eles que regulam e legislam sobre a comunicação. Enquanto a Rio+20 está discutindo os recursos finitos, nós, na comunicação, estamos em um cenário oposto, trabalhamos com um conteúdo ilimitado, a informação, que é monetizada, vendida e tornada assim escassa pelas corporações. Para pensarmos em uma ecologia da comunicação, precisamos ter um ambiente cognitivo que favoreça a proliferação da mídia livre. Alem disso, precisamos identificar nossas lutas globais, as legislações mundiais que criminalizam a prática do compartilhamento na internet, as corporações que privatizam e restringem a informação e comunicação. Esse pensamento copyright e corporativo está em crise porque não consegue viver com essa lógica da comunicação que não é escassa.

 

No Brasil hoje estamos discutindo o Marco Legal da internet, o marco regulatório das comunicações e precisamos sair daqui com essa discussão mais explicitada para todos e com demandas para esse tema estratégico. Vinte anos após a Rio 92, quando chegou a internet pelo Ibase ao Rio, vivemos um momento em que as ferramentas de comunicação estão disponíveis. Precisamos sair daqui com uma grande articulação, uma plataforma que nos dê unidade, aproveitarmos esse momento para articularmos as redes que aqui estão.

 

 

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