Iniciativas
African Manifesto for 2060 África Horizonte 2060: África assume o controlo do seu destino

Também disponível em English, Français

 

África assume o controlo do seu destino

 

Desde da época das independências a África nunca foi realmente dona do seu destino. Durante a guerra fria, esteve sempre oscilando entre blocos políticos antagónicos, e mais tarde, nalguns casos, posta sob tutela e obrigada a abraçar doutrinas políticas ou económicas impostas do exterior. Hoje ela é marginalizada nas relações internacionais tanto no âmbito económico como no político. Não encontrando nos seus países ou no continente perspectivas dignas das suas aspirações, muitos jovens, em particular os mais formados, ainda abandonam o continente, privando-o dos talentos e da criatividade que lhe fazem tanta falta.

 

Mas África se encontra num momento decisivo da sua história política, económica e social. Apesar dum balanço contrastante da construção do estado e das sociedades, balanço que recorda o longo caminho a percorrer para o emergir económico, político e social do continente, África possui muitas vantagens para responder às expectativas dos seus povos e ter mais peso no mundo. A consolidação da democracia é inelutável, reforçada pelos processos de descentralização e pela sociedade civil que contribui fortemente à melhoria da governação dos Estados; possui imensas reservas de recursos naturais ainda não explorados; o crescimento rápido da sua população faz dela um mercado promissor; os processos de integração regional contribuem a responder às exigências de boa governação e à edificação de mercados comuns; a evolução das relações económicas internacionais, com a emergência de novas potências, amplia as margens de negociação nos mercados internacionais e abre oportunidades de renovação da regulação das relações mundiais.

 

E se África assumisse o controlo do seu destino?

 

Para que todas essas vantagens se transformem em factores de êxito efectivo, África precisa um sobressalto colectivo, deve deixar de “dormir na esteira dos outros”, retomando a expressão do famoso historiador africano Joseph Ki Zerbo. Realmente, no mundo inteiro, a construção de nações modernas e a definição de estratégias de desenvolvimento levaram muito tempo. África não escapa a essa regra. Mas, longe de ser o continente do desespero, ela possui uma juventude fervente e recursos culturais e intelectuais que lhe conferem a capacidade de emergir no século XXI com a sua própria visão do mundo, a sua própria concepção da governação, e o seu próprio eixo de desenvolvimento.

 

Tal é o sentido da Iniciativa África Horizonte 2060

 

A Aliança para Refundar a Governação em África, (ARGA), convida todos os actores, africanos e não africanos, convencidos que África pode assumir o controlo do seu destino, a envolver-se nessa iniciativa, que tem por objectivo delinear uma nova perspectiva política, económica, social e cultural que irá lançar finalmente a emergência do continente, e construir agora um projecto para os próximos cinquenta anos, para que o centenário das independências seja celebrado sob o signo duma verdadeira independência. A Iniciativa África Horizonte 2060 se constrói a volta de uma série de conferências, que irão realizar-se sucessivamente, sobre os seguintes temas:

  • uma África que inventa a sua própria governação (Praia, Cabo Verde – 2012)
  • uma África que inventa a sua própria economia (2013)
  • uma África que renegoceia o seu papel no mundo (2014)
  • um projecto para 2060 (Addis-Abeba, Etiópia, 2015)

 

 

Regiões
Detalhes da iniciativa